terça-feira, 19 de agosto de 2008

Família nos dias de hoje

Depois de muito tempo sem escrever uma linha, resolvi tocar em um tema sobre o qual venho estudando com meu grupo durante a Evangelização infantil da minha filhota: a família nos dias de hoje e seus novos desafios. E o tema não é exclusividade nossa não.
O Fantástico, da Rede Globo, também aborda o assunto, particularmente falando, da pior maneira possível. Cá - modestamente - penso eu: o que está havendo com as pessoas hoje em dia? E quando me pergunto isso, imediatamente vem à minha cabeça uma só questão: a falta de compromisso e um verdadeiro efeito dominó por conta disso.
Analise comigo: quando um casal se propõe a namorar – o que supostamente seria um "compromisso" –, não existe o diálogo, a fidelidade, a cumplicidade, tudo é muito frágil e tudo muito compreensivo, afinal "é só um namoro".
Digamos que evolua pra um noivado, que há muito ganhou a comparação com "enrolação"... muitas vezes temos até, colocada na prática, a frase "é só noivo, não é casado". Por fim, imaginemos que os noivos finalmente casaram, bonitinho, no papel, na igreja, ou simplesmente "juntaram-se".
Temos o relacionamento como tema de programa de variedade, "revista eletrônica", etc. Um retrato disso é a recente "série" sobre o casamento dito "moderno". Noivos casando por procuração, e vendo-se através de computadores, por programas de conversação eletrônica em tempo real, tipo MSN.
Casais que moram em casas separadas e supostamente "vivem namorando".
Casais que na primeira dificuldade se separam.
Casais em que um trabalha de dia e o outro à noite.
E quando entram os filhos então? A relação fica ainda mais fragilizada, algo que deveria ser totalmente diferente, certo?
Casais unilaterais em que a palavra CEDER é sinônimo de PERDER...
Aí temos um número cada vez mais considerável de divórcios e um novo tipo de casal: o que reúne os filhos dele com os dela, não necessariamente todos de mesmo pai e/ou mãe.
Nossa! Quanta confusão!
E olha que nem todos os "tipos" de casais estão citados aqui. Tem sempre um que surpreende, que aparece como moda ou novidade!
Essa quebra de ordem familiar reflete profundamente na formação de novos indivíduos. Pra começar, temos uma verdadeira geração que se levanta há tempos sem referência, especialmente espiritual.
E o reflexo de tudo isso a gente vê nos jornais, que mais nos deprimem que informam. São filhos matando os pais, a violência desenfreada, a educação cada vez mais deixada de lado, o respeito esquecido (alguém se lembra da última vez que viu um jovem ceder lugar a um idoso no ônibus ou numa fila, por exemplo?), jovens sem compromisso nenhum, cônjuges cada vez mais distantes entre si, crianças e adolescentes criados e "educados" por babás, pela escola, pela rua, pela internet, enfim e o pior de tudo: uma verdadeira inversão de valores endossada fortemente pela mídia.
As propagandas há tempos nos remetem ao "ter" antes do "ser". Para que você seja feliz, é necessário que você tenha seja lá o que for o objeto ou a idéia a ser vendida.
É até estranho eu, enquanto publicitária, estar falando dessa forma, mas antes de ser profissional, sou mãe, sou ser humano e tenho uma grande preocupação espiritual.
O que fazer para reverter toda essa realidade cada vez mais assombrosa eu não sei.
Mas, ainda que como o beija-flor (da parábola do incêndio na floresta, que quase todos conhecem - imagino), eu estou fazendo a minha parte.
Procurando dar meu exemplo, especialmente à minha filha.
Rezando e torcendo para que mais pessoas como eu possam engrossar esse bando de beija-flores numa revoada contra esse incêndio da atualidade...