quarta-feira, 31 de março de 2010

REALISTA

Depois de muito tempo sem escrever aqui no blog, enquanto eu acessava o orkut, encontrei descrevendo o perfil de uma amiga querida, o texto:

REALISTA



A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.

Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.



Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção.
Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de
criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.

Olhe para o relógio: hora de acordar.



É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e
conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.

Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.



Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não FELICIDADE.

Mário Quintana

Ele é realmente sem comentários e me lembrou uma reflexão que fiz durante essa semana ao descobrir uma pá de amigos de faculdade no twitter. A maioria fora do país ou no mínimo em SP, quase todos muito bem financeiramente e com carreiras mais que decoladas.
Aí, lóóógico, que bateu aquela auto-análise básica, em que a gente fica se perguntando se tomou o caminho certo, se é feliz, etc. e tal.
E apesar de não ter um currículo invejável e estar podre de rica no sudeste ou fora do Brasil, eu posso dizer que sou sim muito feliz.
Olhando meu bebê aqui do lado, balbuciar alguns sons e morder um "Cascão" de borracha, esperando que a filha volte da escola no transporte escolar (ela já está lendo e escrevendo sozinha! E já tem dois dentinhos nas duas "janelas"!) e que o maridão saia do banho (merecido, afinal, foi um "dia cheio"), sinto-me feliz sim.
O profissional pra mim é uma questão de tempo, que se aproxima inclusive, pra completar essa felicidade, que mais que uma receita, é um estado de espírito.
Quando eu olho pros lados e vejo como estão as famílias, os casais, os filhos, eu vejo que fiz a coisa certa. E que tudo tem o seu tempo...

segunda-feira, 15 de março de 2010